quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Perseguição religiosa no Vietnã: 400 discípulos de Thich Nhat Hanh pedem urgentemente asilo temporário


No dia 16 de dezembro de 2009, a presidenta do Sub Comitê dos Direitos Humanos do Parlamento Europeu Heidi Hautala, fala em defesa dos 400 monásticos de Bát Nhã, juntamente com Thich Trung Hai Clique aqui para assistir à gravação em inglês. 

Heidi Hetaula: "Estou profundamente afetada e preocupada com os ataques contra a pacífica comunidade religiosa de seguidores de Thich Nhat Hanh de 8 a 10 de dezembro no Vietnã. Nestes dias, policiais uniformizados e à paisana, como também funcionários do partido comunista local aterrorizaram os residentes de Phuo.... Pagoda, e forçaram o abade a consentir com o prazo máximo de 31 de dezembro para que as várias centenas de monges e monjas budistas evacuem o templo.
Eu estou assustada com as reportagens de que os atacantes agrediram violentamente os monges e monjas. A violenta expulsão dos monges e monjas do Mosteiro Bát Nhã e Templo Phuoc Hue e a tensão crescente da situação depois destas ações estão claramente em contradição com os compromissos concernentes à liberdade religiosa e de reunião, que a República Socialista do governo do Vietnã assumiu, enquanto um signatário da Declaração Universal dos Direitos Humanos das Nações Unidas. As autoridades devem informar se onde estão aqueles já aprisionados, e assegurar que eles não estão sendo mal tratados. As autoridades do Vietnã devem parar imediatamente esta perseguição a esta comunidade. Eles devem proteger os direitos das minorias e garantir o direito deles praticarem a religião deles".  
Thich Trung Hai:  
Nosso governo está matando nossa aspiração espiritual.
Eu sou um dos 400 monges e monjas de Bát Nhã do Vietnã. 
Desde 2005, nós nos reunimos enquanto comunidade para praticar a paz e a não-violência. 
Há dezesseis meses o nosso governo começou a nos assediar e reprimir. 
Em junho de 2009 eles cortaram a energia e a água. 
Em setembro, eles nos expulsaram violentamente do nosso mosteiro Bát Nhã. 
Depois desta expulsão nós tomamos refúgio no templo Phuoc Hue e a perseguição aumentou até a semana passada.  
O governo aterrorizou o abade ao ponto que ele teve que assinar uma promessa de que 31 de dezembro é o último dia que podemos permanecer juntos. Onde quer que nós formos agora no Vietnã não estaremos seguros. 
É a maior das catástrofes, para um monge ou monja ser separado da  suacomunidade espiritual. Destruir um mosteiro e matar uma comunidade de monges e monjas é um grande infortúnio para a nossa cultura tradicional. 
Nós amamos nossa nação – nós amamos o nosso povo – e nós estivemos dedicando toda a nossa vida à prática de sermos pacíficos, sermos não-violentos, como uma contribuição concreta à paz em nossa sociedade e no mundo.  
Mas o governo e sistema de leis no Vietnã tem se mostrado inábeis para proteger esta comunidade pacífica – por isso nós pedimos sua proteção.  
Nós pedimos à comunidade internacional, especialmente ao Presidente Sarkozy, da França, para nos dar asilo temporário. Tão logo o nosso governo nos permita praticar e ficar juntos enquanto uma comunidade nós voltaremos imediatamente para servir nosso povo e não ser um fardo pesado para França.